
1968 foi um ano marcado pela busca de novos caminhos, envolvido por uma atmosfera de paixão e impulsividade que fazem do livro 1968 – O Ano que não Terminou um livro atraente pela precisão e fidelidade dos fatos relatados. Oferece um panorama histórico e cultural extenso.
O Brasil e o mundo viveram momentos recheados de tanta paixão que para alguém que não viveu ou não participou efetivamente de toda a agitação da época a história chega ser fascinante. Um ano nomeado também de “êxtase da história”, “demência coletiva” e “psicodelismo coletivo” não pode ser suprimido como um fenômeno de delírio. O melhor de sua herança está no ardor, no entusiasmo com que os estudantes e intelectuais foram à luta, apesar de seus gestos serem, muitas vezes – a maior parte delas – desesperados ou autoritários.
A impressão que se tem é que estavam dispostos a entregarem suas vidas por seus ideais. Nenhuma geração lutou tão radicalmente por seus projetos e sonhos. Ela experimentou o limite em todas as áreas: política, sexual, comportamental, existencial etc. Foram pessoas que mereceram ser chamados de heróis. Heróis que lutaram; que sonharam; que brigaram; que bateram, apanharam, morreram. Uma juventude que se confiava política. Uma geração que não perdoou os pais por não terem evitado o golpe de 64. Do ponto de vista político, a geração de 68, queria mudar o mundo. E achava que podia mudar. Tudo através da revolução. Ironicamente foi que eles fizeram uma revolução cultural, e não política. Mudaram os costumes, os hábitos a maneira de pensar, de agir, de ser, de ver o mundo.
O ano de 68 terminou num clima tenso e carregado. Nunca mais aconteceria reivindicações dos estudantes como aquelas. A intenção destes de fazer uma revolução política fracassou, mas se 68 não serviu como exemplo, serviu pelo menos como lição.
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